Causa e efeito: o que é o Diagrama de Ishikawa?

Diagrama de Ishikawa
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O Diagrama de Ishikawa permite representar problemas complexos de forma simples. Descubra qual é o segredo.

No início, era uma espinha de peixe. Foi esta estrutura inconfundível que inspirou um engenheiro japonês a criar uma forma simples de representar problemas persistentes – e as suas múltiplas causas, sub-causas, sub-sub-causas. Foi precisamente esta complexidade, que as análises tradicionais não conseguiam resolver, a necessidade de priorização e de comunicação que estiveram na origem desta metodologia prática que tem um único objetivo – chegar às causas dos problemas. Descubra o que é o Diagrama de Ishikawa e como pode ajudar a resolver problemas na sua organização.

O que é o Diagrama de Ishikawa?

O Diagrama de Ishikawa é uma ferramenta visual de melhoria contínua que ajuda a identificar as causas de um problema. É também conhecido por Diagrama Espinha de Peixe devido ao formato gráfico que exibe.


Diagrama de Ishikawa


A representação é feita da direita para a esquerda, sendo que no extremo direito, na cabeça do peixe, é colocado o problema (o efeito). A partir daí, começam a desenhar-se as espinhas para a esquerda, a partir da espinha principal que é representada como uma linha horizontal.

Ao longo dessa linha, desenham-se mais seis linhas, três acima e três abaixo. Estas linhas representam os grandes tipos de causas possíveis, para que nenhum fator seja esquecido:

  • Máquinas. Nesta categoria são consideradas as possíveis causas associadas ao funcionamento incorreto das ferramentas e equipamentos usados durante o processo. Alguns exemplos poderão ser programas desatualizados, servidores com mau funcionamento ou avarias, ou máquinas com um baixo rendimento.
  • Materiais. Aqui são incluídos problemas relacionados com a matéria-prima. Por exemplo, o material pode não estar em conformidade com as exigências do trabalho ou apresentar características incompatíveis com o processo.
  • Meio ambiente. Esta categoria engloba fatores ambientais que possam favorecer o problema, como, por exemplo, temperaturas elevadas, falta de espaço, layout pouco otimizado ou ruído.
  • Mão-de-obra. Os problemas podem ocorrer devido a uma má alocação de colaboradores ou a dificuldades que possam encontrar na execução das suas tarefas. Alguns exemplos poderão incluir a falta de formação ou controlo.
  • Método. Os métodos de trabalho usados durante os processos também podem estar a contribuir para o problema. É importante considerar se existem processos produtivos documentos, se são os mais adequados e se estão atualizados.
  • Medida. Essa categoria abrange causas que envolvem as métricas usadas para avaliar o trabalho. Aqui podem entrar fatores como fiabilidade dos instrumentos de calibração, ou parâmetros de produção desadequados.

Apesar da existência dessas categorias, pretende-se que o Diagrama de Ishikawa seja flexível para que possa ser adequado à realidade de cada empresa. Pode ser necessário acrescentar mais “espinhas” ou até mesmo retirar, conforme a necessidade. Dentro de cada uma destas seis categorias, também conhecidas como 6M, são identificadas as causas raiz mais importantes. Para as identificar, a equipa que lida com o problema diariamente deve perguntar “Porque é que este problema ocorre” e fazê-lo repetidamente até identificar a causa raiz. Depois, basta categorizar no Diagrama na área mais adequada.

No final, para um dado problema deve ser possível identificar o Top 10 de causas mais críticas – aquelas que se forem resolvidas farão com que o problema deixe de acontecer de todo, ou que o minimizem de forma muito significativa.

Quais as vantagens do Diagrama de Ishikawa?

Em suma, o Diagrama de Ishikawa permite identificar, organizar, e partilhar as causas de um determinado problema, hierarquizadas por categorias, que facilitam a análise e a resolução. A principal vantagem está na simplificação da análise das causas de um problema, pelo grafismo imediato e intuitivo. Assim, é mais fácil descobrir a causa-raiz do problema, garantindo ao mesmo tempo que nenhuma categoria é esquecida. Quanto “mais espinhas tiver o peixe”, mais profunda e completa é a compreensão do problema – mas não convém exagerar para não se perder a leitura.

O Diagrama de Ishikawa pode ser utilizado para analisar problemas em processos, áreas de trabalho ou até num negócio como um todo, de forma mais abrangente e orientada. Pelo facto de ir além dos sintomas e procurar as causas, facilita a descoberta de uma solução que seja objetivamente eficaz. É também uma excelente ferramenta para utilizar em equipa, em sessões de brainstorming onde todos podem participar. Além disso, mesmo depois de um problema ter sido resolvido, o Diagrama de Ishikawa muitas vezes expõe outras fraquezas que não tinham sido ainda antevistas, permitindo que sejam corrigidas antes de provocarem problemas mais duradouros.

Como se utiliza o Diagrama de Ishikawa na prática

Apesar de aparentemente muito simples, para que a utilização do Diagrama de Ishikawa seja eficaz deve seguir algumas regras, ainda para mais quando é feito em equipa – como mandam as boas práticas. Para isso, devem ser implementados os seguintes passos:

  1. Defina claramente o problema a ser analisado (de preferência com dados)
  2. Desenhe uma seta horizontal que aponte para a direita e acrescente um quadrado na extremidade.
  3. Escreva o problema dentro desse quadrado.
  4. Faça traços diagonais ao corpo da seta, para conter as categorias das causas com os 6M (Máquinas, Materiais, Meio ambiente, Mão-de-obra, Método e Medida).
  5. Reúna a equipa e façam um brainstorming para definir as possíveis causas.
  6. Insira as causas encontradas, enumerando-as de acordo com a gravidade ou importância.

Por exemplo, imagine a aplicação do Diagrama de Ishikawa a um problema de falta de capacidade no processo de lavagem, definido por um output abaixo de esperado de “x” tabuleiros por dia. Seguindo a metodologia, o primeiro passo seria criar o Diagrama e os 6M. Dentro dos problemas com Máquinas, poderia registar algo como tempo de ciclo elevado. Nos Métodos, talvez o processo de carga e descarga da máquina seja demasiado longo e manual. Em Mão de Obra, poderia dificuldades em operar a máquina – e como sub-causas a falta de formação dos colaboradores. E por aí em diante até preencher todo o quadro. Depois de todos os fatores estarem listados, é possível identificar as causas reais que estão a contribuir para o problema e, consequentemente, promover as devidas ações corretivas.

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